segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Grécia atual - Pontos Turisticos

As principais atrações turisticas da Grecia



A Grecia, possui grandes riquezas historicas e culturais. Templos, construções, Obras, paisagens naturais, entre outras muitas atrações, fazem da Grécia um ótimo pais para se visitar.

Acrópoles, Atenas







Santorini, ilha ao sul do mar Egeu










Ágora Antiga de Larissa, Larissa







Porto de Pátras, Pátras







Templo de Zeus Olimpico, Atenas








Ref.: Sua Pesquisa (http://www.suapesquisa.com/paises/grecia/pontos_turisticos_grecia.htm)
Mega Curioso (http://www.megacurioso.com.br/turismo-e-viagens/42511-confira-os-arredores-de-15-pontos-turisticos-superfamosos.htm)

domingo, 28 de setembro de 2014

Mitos, Deuses e Heróis - Dionisio, deus do vinho



Baco
Baseado no livro Mitologia História de Deuses e Heróis, Baco ou Dionísio era filho de Júpiter e Sêmele. Querendo vingar-se de Sêmele, Juno assumiu a forma da velha ama daquele, Béroe, e insinuou-lhe dúvidas no espírito, quanto ao fato de ser o próprio Jove o seu amante. Dando um suspiro, disse:

  - Espero que seja mesmo, mas não posso deixar de duvidar. Nem sempre as pessoas são quem dizem ser. Se ele é, na verdade, Jove, faze-o dar uma prova disso. Pede-lhe para vir vestido com todo o seu esplendor, tal como anda no céu. Assim, acabará qualquer dúvida.
    Sêmele deixou-se persuadir. Pediu um favor a Jove, sem dizer qual era e o deus prometeu satisfazê-lo, jurando pelo Rio Estige, juramento que os próprios deuses jamais se atreveriam a violar. Sêmele fez, então, o pedido. O deus queria impedi-la de terminar, mas ela falava muito depressa. As palavras saíram, e Júpiter não poderia deixar de cumprir a promessa. Profundamente abatido, deixou Sêmele e voltou às regiões celestiais. Ali envergou as vestes esplendorosas, não aquelas que ostentavam todos os horrores, como as que usara para enfrentar os gigantes, mas as que são conhecidas entre os deuses por vestes menores. Assim vestido, entrou nos aposentos de Sêmele. O corpo mortal da jovem não pôde enfrentar os esplendores da radiação imortal. Ela transfomou-se em cinzas.

   Jove entregou Baco às ninfas niseanas, que dele cuidaram durante a infância e foram recompensadas pelo deus, que as colocou entre as estrelas como Híades. Quando se tornou homem, Baco descobriu a cultura da vinha e o meio de extrair da fruta o precioso suco; Juno, porém, tornou-o louco e fez com que ele vagasse por várias partes da Terra. Na Frígia, a deusa Réia curou-o e instruiu-o em seus ritos religiosos, e ele atravessou a Ásia, ensinando os povos a cultivar a vinha. O episódio mais famoso de suas viagens foi a expedição à Índia, onde ficou durante vários anos. Voltando triunfalmente, tratou de introduzir seu próprio culto na Grécia, mas contou com a oposição de alguns príncipes, recuosos da desordem e loucura que o mesmo provocava. 

  Ao aproximou-se de sua terra natal, Tebas, o Rei Penteu, que não respeitava o novo culto, proibiu a excursão de seus rituais. Quando se soube, porém, que Baco se aproximava, homens e mulheres, principalmente as últimas, velhos e jovens, correram a recebê-lo e participar da marcha triunfal.

Em sua "Canção de Brinde", Longfellow assim descreve a marcha de Baco:

Dos faunos o cortejo alegre e rude
Rodeia Baco, cuja fonte a hera
Cinge, como a Apolo, e a quem espera,
Como a Apolo, a eterna juventude.
Em torno ao jovem deus, lindas bacantes,
Címbalos, tirsos, plantas carregando,
Da embriaguez se mostram presa, quando
Bem alto entoam versos delirantes.



Foi em vão que Penteu censurou, ordenou e ameaçou.
- Ide procurar o chefe dessa desordem, esse vagabundo, e trazei-o até aqui - ordenou ele a seus servos.- Não hei de tardar a fazê-lo confessar a falsidade de sua pretensão de ter origem divina e a obrigá-lo a renunciar a seu falso culto.
   
   Foi em vão que seus amigos mais íntimos e conselheiros mais sensatos procuraram impedi-lo de contrariar o deus. Suas censuras apenas serviram para torná-lo mais violento.

   Já haviam voltado, porém, os servos que mandara aprisionar Baco. Haviam sido rechaçados por seus companheiros, mas conseguido fazer prisioneiro um deles, que, com as mãos amarradas atrás das costas, foi apresentado ao rei.

  - Serás morto sem demora, para que teu destino sirva de advertência aos outros! - Exclamou Penteu, encarando-o furioso. Embora me repugne adiar tua morte, porém, fala, dize-nos quem és e em que consistem esses novos ritos que pretendeis celebrar.

   - Chamo-me Acetes e sou natural de Meônia - replicou o prisioneiro, sem se atemorizar.
 - Meus pais eram pobres, não tinham terras ou rebanhos para deixar-me como herança, mas deixaram seus caniços e redes e sua profissão de pescador. Trabalhei nela durante algum tempo, até que, enfadado de viver no mesmo lugar, aprendi a arte da pilotagem e como guiar o curso pelas estrelas. Aconteceu que, velejando para Delos, tocamos na Ilha de Dia, e lá desembarcamos. Na manhã seguinte, mandei os marinheiros buscarem água de novo, enquanto eu subia ao morro, a fim de observar o vento. Ao regressarem, os marinheiros trouxeram um menino de aparência delicada, que haviam encontrado adormecido. Julgaram-no um jovem nobre de um rei, e imaginaram que poderiam obter, por seu resgate, uma quantia apreciável. Observei suas vestes, seu rosto, seu modo de andar e percebi que havia neles algo superior aos mortais. "Não sei que deus está escondido sob estas formas, mas sem dúvida é um deus" - disse eu aos meus homens. "Perdoa-nos, gentil divindade, a violência que lhe fizemos, e faze que nossa empresa tenha êxito." Dicto, um dos meus melhores marinheiros para subir aos mastros e descer pelas cordas; Melanto, meu timoneiro, e Epopeu, o chefe da tripulação, exclamaram ao mesmo tempo: "Guarda para nós tuas preces". Tão cega é a sede de lucro! Quando quiseram levar o rapazinho para bordo, eu me opus. "Este navio não será profanado por tal impiedade", disse eu. "Tenho nele maior parte que qualquer de vós". Mas Lícabas, um indivíduo turbulento, agarrou-me pelo pescoço, tentando atirar-me fora do barco e mal consegui salva-me subindo pelos cabos. O resto da tripulação aprovou a resolução.
   Então, Baco (pois era realmente ele), como que pondo de lado o torpor, exclamou:
"O que estais fazendo comigo?Que quer dizer essa luta? Para onde me levais?". Um dos homens respondeu: "Não receis coisa alguma; dize-nos onde queres ir e nós te conduziremos para lá." -"Naxos é minha terra natal-respondeu baco.-Levai-me para lá, e serais bem recompensados. "Os homens prometeram fazer isso e disseram-me para levar o barco rumo a Naxos. Naxos fica à direita e eu estava manobrando velas para tomarmos aquela direção, quando alguns dos homens por sinais e outros por palavras sussurradas deram-me a entender que eu deveria tomar a direção oposta e levar o menino para o Egito, a fim de vendê-lo como escravo. Irritado, exclamei: "Que o outro conduza o navio." E afastei-me, para não tomar parte daquele ato de baixeza. Os marinheiros insultaram-me, e um deles exclamou:"Não, te vanglories, pois dependes de nós para tua segurança." E, tomando o lugar de piloto, afastou-se de Naxos.

   Então o deus, fingindo que acabara de tomar conhecimento da traição, olhou o mar e disse, com voz de choro:
   - Marinheiros, estas praias não são aquelas aonde prometestes levar-me; aquela ilha não é a minha pátria. Que fiz eu para merecer de vossa parte tal tratamento? será uma glória mesquinha essa que conquistareis, iludindo o próprio menino.

   Chorei ao ouvi-lo, mas os marinheiros riram-se de nos ambos e impeliram o navio sobre o mar. De repende, a nau parou no meio do mar como se tivesse ficado presa ao solo. Atônitos, os homens impeliram seus remos e soltaram mais as velas, tentando avançar com a ajuda de ambos, mas tudo em vão. Uma hera enroscou-se nos remos, impedindo seu movimento, e agarrou-se às velas, com pesados cachos de suas frutas. Uma vinha, carregada de uvas, subiu pelo mastro e ao longo do casco do navio. Ouviu-se um som de flautas, e o cheiro agradável de vinho espalhou-se em torno. O próprio deus trazia à cabeça uma coroa de folhas de parra e empunhava uma lança enfeitada de hera. Tigres deitavam-se aos seus pés e as formas ágeis de linces e panteras brincavam em torno dele. Os homens foram tomados de terror ou loucura; alguns se atiraram para fora do barco; outros, ao se prepararem para fazer o mesmo, viram os companheiros transformarem-se ao atingir a água: seus corpos achatavam-se e terminavam numa cauda retorcida.

  -Que milagre é esse?-exclamou um deles.

  E, enquanto falava, sua boca alargou-se as narinas dilataram-se e escamas cobriram-lhe todo o corpo. 
  Outro, tentando empurrar o remo, sentiu as mãos encolherem e tornaram-se, de súbito, nadadeiras. Um terceiro, ao erguer o braço para agarrar uma corda, percebeu que já não tinha braços e, recurvando o corpo multilado, atirou-se ao mar. O que fora suas pernas transformou-se nas duas extremidades de uma cauda em forma de crescente.

  "Toda tripulação metarmofoseou-se em golfinhos e ficou nadando ao redor do navio, ora à superfície, ora embaixo dele, atirando jatos de água através das grandes narinas. Dos vinte homens, apenas eu restava, trêmulo de medo. O deus animou-se:
   - Nada receis - disse. Navega em direção a Naxos.

Obedeci e, quando ali cheguei, dirigi-me aos altares e celebrei os sagrados ritos de Baco."
   -Já perdemos bastante tempo com esta história tola! -exclamou Penteu, interrompendo a narrativa.- Levai-o e executai-o, sem demora.
   Acetes foi levado pelos servos e encerrado na prisão. Quando, porém, eram preparados os instrumentos da execução, as portas da prisão abriram-se sozinhas, caíram as cadeias que prendiam os membros de Acetes e, quando o procurarem, ele não mais foi encontrado em parte alguma. Penteu não se deu por vencido, mas, em vez de mandar outros, resolveu ir em pessoa à cena das solenidades. O Monte Citéron estava repleto de adoradores do deus e os gritos da bacanal ressoavam por todos os lados. O ruído provocou a ira de Penteu como o som de uma trombeta torna fogoso um cavalo de guerra, um corcel de combate. Penetrando no bosque, o rei chegou a uma clareira, onde viu diante dos olhos a cena principal das orgias. As mulheres viram-no ao mesmo tempo, e destacava-se entre elas sua própria mãe, Agave, cegada pelo deus e que gritou:
  - Ali está o Javali, o maior monstro que anda por estes bosques! Vamos, irmãs! Serei a primeira a ferir o Javali.
   O bando inteiro avançou contra Penteu e ele, mostrando-se menos arrogante, ora se desculpa, ora confessa o crime e implora perdão, é acossado e ferido. Em vão implora aos gritos às tias que protejam contra sua mãe. Autônoe agarra-o por um braço, Ino pelo outro e, entre as duas, ele é despedaçado enquanto a mãe gritava:
  - Vitória!Vencemos, a glória é nossa!
Assim foi estabelecido, na grécia, o culto de Baco.


Referência O livro de ouro da Mitologia - História de Deuses e Heróis / Thomas Bulfinch

A Guerra de Tróia

O Cavalo de Troia foi a artimanha encontrada pelos gregos para vencer a lendária guerra contra os troianos

Uma guerra sob desconfiança. Essa seria a principal constatação a ser feita sobre a lendária (ou histórica) Guerra de Troia. Ao longo de anos, diversos historiadores, arqueólogos e estudiosos discutem se o evento bélico narrado na obra clássica “Ilíada” foi um fato consumado ou conseqüência da imaginação e do pensamento religioso fortemente arraigado entre os gregos.
De acordo com as narrativas sobre esse evento, que contou com diversas obras, a Guerra de Troia tem início com o casamento de Peleus e Tethis, deusa dos mares. A deusa da discórdia, Eris, não sendo convidada para o evento, resolveu lançar um desafio contra aqueles que estavam na festa. Chegando repentinamente à festa de casamento, Eris ofereceu uma maçã de ouro àquele deus que demonstrasse maior senso de justiça.
As deusas Hera, Afrodite e Atena tentaram possuir o valioso apetrecho. A disputa entre as deusas impeliu Zeus a convocar o príncipe troiano Paris, o mais belo dos homens, a julgar que mereceria o referido prêmio. Ansiosas pela conquista da maçã, as três deusas ofereceram uma oferta distinta à Paris. Atena lhe prometeu saúde; Hera lhe jurou poder, e Afrodite lhe prometeu o amor da mais bela mulher do mundo. Paris cedeu à oferta de Afrodite, que em troca lhe prometeu o amor de Helena, mulher do rei espartano Menelau.
Dessa forma, Paris organizou-se para ir em busca de sua prometida. Durante o trajeto rumo à Esparta, os profetas gêmeos Cassandra e Heleno tentaram persuadir Paris para que desistisse de tal empreitada. No entanto, Paris já estava obcecado pela mulher de Menenlau e, por isso, seguiu seu caminho em direção à Esparta. Chegando à cidade de Esparta, Menelau tratou Paris com todo o prestigio referente à sua posição.
No período de sua estadia, o rei Menelau teve que ausentar para acompanhar um funeral. Aproveitando da oportunidade, Paris capturou a rainha Helena e roubou parte das riquezas de Menelau. Chegando à Troia, Paris organizou os preparativos para o seu casamento com Helena. Enfurecido, Menelau mobilizou todos os antigos pretendentes de Helena para que juntos recuperassem a honra do rei espartano. Entre os integrantes da tropa, destacava-se Agamenon, irmão de Menelau e rei de Micenas.
Diversos heróis gregos se reuniram na empreitada marítima, que partindo do porto de Áulis, atravessaria o mar Egeu com destino à Troia. Muitos dos convocados resistiram ao chamado de Menelau, pois havia uma profecia que os invasores de Troia ficariam presos na cidade por mais de vinte anos. Ulisses fingiu estar louco para não ir à guerra, no entanto – ao ver seu filho mais novo convocado – desfez a sua própria farsa.
Ao longo dos preparativos da força grega, Ulisses ficou sabendo que a esquadra não teria sucesso caso não recorresse ao apoio de Aquiles. Dessa maneira, Ulisses foi até a cidade de Ciros para tentar persuadir o bravo guerreiro a participar dos combates contra Troia. Mesmo com os guerreiros reunidos, um novo problema veio a complicar a situação grega. A deusa Ártemis exigia que Agamenon sacrificasse sua filha Ifigênia, para que os ventos conduzissem os gregos à cidade de Troia.
Durante os ataques contra os troianos, os gregos tiveram grandes dificuldades de organizar os combates. Agamenon e Aquiles entraram em desavença durante a partilha das riquezas obtidas com os conflitos. O desentendimento entre os guerreiros ameaçou seriamente a vitória dos gregos, que só voltaram a bater as tropas troianas quando Aquiles voltou ao combate.
Os conflitos com os troianos se alongaram durante muito tempo. Além disso, a cidade de Troia, sendo uma região cercada por muralhas intransponíveis, resistia incólume às tentativas de invasão dos gregos. Visando dar um fim ao combate, o astuto Odisseu ordenou a construção de um enorme cavalo feito de madeira. Em seu interior, centenas de soldados ficariam à espreita.
As tropas marítimas gregas foram todas dispensadas, enquanto o cavalo “recheado” com os mais bravos guerreiros gregos seria posto nas portas da cidade de Troia. Os troianos ao receberem o “presente de grego” e perceberem a partida dos navios, pensaram que a guerra tivesse sido ganha. Pensando que o cavalo fosse um presente dos deuses, os troianos receberam a construção de madeira para dentro da cidade e realizaram uma grande festividade.
No alto da noite, quando todos os troianos estavam bêbados e sonolentos, o grego Sinon (único guerreiro deixado para fora do cavalo de madeira) tratou de libertar os guerreiros escondidos. Aproveitando da situação, os guerreiros gregos finalmente conseguiram conquistar a cidade de Troia. Menelau, que havia prometido matar Helena por ter se casado com Paris, não resistiu aos encantos de sua bela esposa e voltou atrás em sua decisão.

Referências http://www.brasilescola.com/historiag/guerra-de-troia.htm

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Mitos, Deuses e Heróis - Zeus

Zeus e a Ascensão dos Deuses

Zeus ou Júpiter, dizem os poetas, é o pai, o rei dos deuses e dos homens; reina no Olimpo, e, com um movimento de sua cabeça, agita o universo. Ele era o filho de Réia e de Saturno que devorava a descendência à proporção que nascia. Já Vesta, sua filha mais velha, Ceres, Plutão e Netuno tinham sido devorados, quando Réia, querendo salvar o seu filho, refugiou-se em Creta, no antro de Dite, onde deu à luz, ao mesmo tempo, a Júpiter e Juno. Esta foi devorada por Saturno. O jovem Júpiter, porém, foi alimentado por Adrastéia e Ida, duas ninfas de Creta, que eram chamadas as Melissas; além disso Réia recomendou-o aos curetes, antigos habitantes do país. Entretanto, para enganar seu marido, Réia fê-lo devorar uma pedra enfaixada. As duas Melissas alimentaram Júpiter com o leite da cabra Amaltéia e com o mel do monte Ida de Creta.

Adolescente, Zeus se associou à deusa Metis, isto é, a Prudência. Foi por conselho de Metis que ele fez com que Saturno tomasse uma beberagem cujo efeito foi fazê-lo vomitar, em primeiro lugar a pedra e depois os filhos que estavam no seu seio.
Antes de tudo, com o auxílio de seus irmãos Netuno e Plutão, - Júpiter resolveu destronar seu pai e banir os Titãs, ramo rival que punha obstáculo à sua realeza. Predisse-lhe a Terra uma vitória completa, se conseguisse libertar alguns dos Titãs encarcerados por seu pai no Tártaro e os persuadir a combater por ele, coisa que empreendeu e conseguiu depois de haver matado Campe, a carcereira a quem estava confiada a guarda dos Titãs nos Infernos.
Foi então que os Ciclopes deram a Júpiter o trovão, o relâmpago e o raio, um capacete a Plutão, e a Netuno um tridente. Com essas armas, os três irmãos venceram Saturno, expulsaram-no do trono e da sociedade dos deuses, depois de o haverem feito sofrer cruéis torturas. Os Titãs que haviam auxiliado Saturno foram precipitados nas profundidades do Tártaro, sob a guarda dos Gigantes.
Depois dessa vitória, os três irmãos, vendo-se senhores do mundo, partilharam-no entre si: Júpiter teve o céu, Netuno o mar e Plutão os infernos. Mas à guerra dos Titãs sucedeu a revolta dos Gigantes, filhos do Céu e da Terra. De um tamanho monstruoso e de uma força proporcionada, eles tinham as pernas e os pés em forma de serpente, e alguns com braços e cinqüenta cabeças. Resolvidos a destronar Júpiter amontoaram o Ossa sobre o Pelion, e o Olimpo sobre o Ossa, desde onde tentaram escalar o céu. Lançavam contra os deuses rochedos, dos quais os que caíam no mar formavam ilhas, e montanhas os que rolavam em terra. Júpiter estava muito inquieto, porque um antigo oráculo dizia que os Gigantes seriam invencíveis, a não ser que os deuses pedissem o socorro de um mortal. Tendo proibido à Aurora, à Lua e ao Sol de descobrir os seus desígnios, ele antecipou-se à Terra que procurava proteger seus filhos; e pelo conselho de Palas, ou Minerva, fez vir Hércules que, de acordo com os outros deuses, o ajudou a exterminar os Gigantes Encelado, Polibetes, Alcioneu, Forfirion, os dois Aloidas, Efialtes e Oeto, Eurito, Clito, Titio, Palas, Hipólito, Ágrio, Taon e o terrível Tifon que, ele só, deu mais trabalho aos deuses do que todos os outros.
Depois de os haver derrotado, Júpiter precipitou-os no fundo do Tártaro, ou, segundo outros poetas, enterrou-os vivos em países diferentes. Encelado foi enterrado sob o monte Etna. É ele cujo hálito abrasado, diz Virgílio, exala os fogos do vulcão; quando tenta voltar-se, faz tremer a Sicília, e um espesso fumo obscurece a atmosfera. Polibetes foi sepultado sob a ilha de Lango, Oeto na de Cândia, e Tifon na de Isquia.
Segundo Hesíodo, Júpiter foi casado sete vezes; desposou sucessivamente Metis, Temis, Eurinome, Ceres, Mnemosine, Latona e Juno, sua irmã, que foi a última das suas mulheres.
Tomou-se também de amor por um grande número de simples mortais, que umas e outras lhe deram muitos filhos, colocados entre os deuses e semideuses.
A sua autoridade suprema, reconhecida por todos os habitantes do céu e da terra foi, no entanto, mais de uma vez contrariada por Juno, sua esposa. Ela ousou mesmo urdir contra ele uma conspiração dos deuses. Graças ao concurso de Tetis e a intervenção do terrível gigante Briareu, essa conspiração foi prontamente sufocada, e reentrou o Olimpo na eterna obediência.
Entre as divindades, Júpiter ocupava sempre o primeiro lugar, e o seu culto era o mais solene e o mais universalmente espalhado. Os seus três mais famosos oráculos eram os de Dodona, Líbia e de Trofônio. As vítimas que mais comumente se lhe imolavam eram a cabra, a ovelha e o touro branco com os cornos dourados. Não se lhe sacrificavam vítimas humanas; muitas vezes as populações se contentavam em lhe oferecer farinha, sal e incenso. A águia, que paira no alto dos céus e fende como o raio sobre a presa, era a sua ave favorita.





Referências: InfoEscola (http://www.infoescola.com/mitologia-grega/zeus/); Mundo dos Filosofos (http://www.mundodosfilosofos.com.br/zeus.htm).

domingo, 24 de agosto de 2014

Filósofos e Pensadores Gregos - Platão

O seguidor de Sócrates


Biografia

Platão  foi um dos principais filósofos gregos da Antiguidade. Ele nasceu em Atenas, por volta de 427/28, foi seguidor de Sócrates e mestre de Aristóteles. O nome pelo qual ficou conhecido era possivelmente um apelido, aparentemente ele se chamava Arístocles.
Este filósofo se encontrava no limiar de uma época, entre os valores antigos e um novo mundo que emergia, o que lhe propiciou uma riqueza de idéias sem igual. Ele tinha o poder de abordar os temas mais diversos, mais com a força da paixão e da criatividade artística do que com a lucidez da razão. Sua obra é um dos maiores legados da Humanidade, abrangendo debates sobre ética, política, metafísica e teoria do conhecimento.

Ao contrário de Sócrates, que vinha de uma origem humilde, Platão era integrante de uma família rica, de antiga e nobre linhagem. Ele conheceu seu ilustre mestre aos vinte anos. Sócrates era bem mais velho, pelo menos quarenta anos separavam ambos, mas eles puderam desfrutar de oito anos de aprendizado conjunto. Platão teve acesso também, por meio de seu professor, aos ideais pré-socráticos. Com a morte de seu preceptor, o filósofo isolou-se, com outros adeptos das idéias socráticas, em Mégara, ao lado de Euclides.

Depois de viajar pela Magna Grécia e pela Sicília, Platão regressou a Atenas e fundou a Academia, que em breve se tornou conhecida e freqüentada por um grande número de jovens que vinha à procura de uma educação melhor. Até intelectuais consagrados acorriam a esta instituição para debater suas idéias. Depois de várias tentativas de difundir seus conceitos políticos em Siracusa, na Sicília, Platão se instala definitivamente em sua terra natal, na liderança da Academia, até sua morte, em 347 a.C.


Escrita e Filosofia Platônica

Dos filósofos da Antiguidade, Platão é o primeiro de quem se conhece a obra integral. Mas muitos de seus diálogos não são autênticos, embora supostamente assinados por ele. Seu estilo literário é o diálogo, uma espécie de ponte entre a oralidade fragmentária de Sócrates e a estética didática de Aristóteles. Nos escritos de Platão mesclam-se elementos mito-poéticos com fatores essencialmente racionais. Este filósofo não se guia pelo rigor científico, nem por uma metodologia formal.

Se por filosofia se entende um conjunto harmônico de teses ordenadas e coerentes então a filosofia de Platão não existe. O pensamento de Platão está sempre caminhando. Nada mais longe de sua mentalidade que a ordem e a coerência. Entretanto em um sentido mais amplo pode se falar de uma filosofia platônica se por filosofia se entende uma busca metódica do saber humano, Neste acepção menos rígida Platão tem uma filosofia própria e certamente das mais geniais que a história reconhece.

Em Platão a filosofia ganha contornos e objetivos morais, apresentando assim soluções para os dilemas existenciais. Esta práxis, porém, assume no intelecto a forma especulativa, ou seja, para se atingir a meta principal do pensamento filosófico, é preciso obter o aprendizado científico. O âmbito da filosofia, para Platão, se amplia, se estende a tudo que existe. Segundo o filósofo, o homem vivencia duas espécies de realidade – a inteligível e a sensível. A primeira se refere à vida concreta, duradoura, não submetida a mudanças. A outra está ligada ao universo das percepções, de tudo que toca os sentidos, um real que sofre mutações e que reproduz neste plano efêmero as realidades permanentes da esfera inteligível. Este conceito é concebido como Teoria das Idéias ou Teoria das Formas.

Segundo Platão, o espírito humano se encontra temporariamente aprisionado no corpo material, no que ele considera a ‘caverna’ onde o ser se isola da verdadeira realidade, vivendo nas sombras, à espera de um dia entrar em contato concreto com a luz externa. Assim, a matéria é adversária da alma, os sentidos se contrapõem à mente, a paixão se opõe à razão. Para ele, tudo nasce, se desenvolve e morre. O Homem deve, porém, transcender este estado, tornar-se livre do corpo e então ser capaz de admirar a esfera inteligível, seu objetivo maior. O ser é irresistivelmente atraído de volta para este universo original através do que Platão chama de amor nostálgico, o famoso eros platônico.

Frases e Pensamentos


"Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado."

"Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo."

"O livro é um mestre que fala mas que não responde."

"A paz do coração é o paraíso dos homens."


Referências: Pensador UOL (http://pensador.uol.com.br/autor/platao/);
 História da filosofia (http://historiadafilosofia.wordpress.com/tag/filosofia-platonica/);
InfoEscola (http://www.infoescola.com/filosofos/platao/).


Democracia Grega - A Ágora

Ágora Grega


Após a conhecida "Idade das Trevas" (1150 a.C - Séc. XIII a.C.), a sociedade grega passa por diversas mudanças em sua politica, democracia e desenvolvimento,  tornando-se cada vez mais complexa. E os centros da Pólis se tornam as praças públicas, as chamadas ágoras.

Na Ágora eram discutidos e debatidos assuntos a cerca da politica, defesa, democracia, obras públicas, justiça, leis (etc..), com a relação a cidade. Também era utilizada para fins religiosos, sendo sede de eventos, cerimonias. E era um centro econômico, sendo um local de encontro de comerciantes e mercadores.

Para ter acesso a esse local era necessário ser cidadão, ou seja, ser do sexo masculino, adulto que não estrangeiro ou escravo

A ágora teve grande papel e importância para o desenvolvimento da politica, da filosofia e democracia grega e global.


Referencias: http://brainly.com.br/tarefa/48975; Sua Pesquisa (http://www.suapesquisa.com/o_que_e/agora.htm)

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Mitos, Deuses e Heróis - Hércules

Hércules



Hércules era filho de Júpiter e Alcmena. Como Juno era sempre hostil aos filhos de seu marido com mulheres mortais, declarou guerra a Hércules desde o seu nascimento. Mandou duas serpentes matá-lo em seu berço, mas a precoce criança estrangulou-as com suas próprias mãos. Pelas artes de Juno, contudo, ele ficou sujeito a Euristeus e obrigado a executar todas as suas ordens. Euristeus impôs-lhe a realização de façanhas perigosíssimas, que ficaram conhecidas como "Os Doze Trabalho de Hércules". A primeira foi a luta contra o leão de Neméia. A fera causava devastações no vale daquele nome e Euristeus ordenou a Hércules que lhe trouxesse a pele do monstro. Depois de utilizar, em vão, de sua clava e de setas contra o leão, Hércules estrangulou-o com as próprias mãos. Voltou levando nos ombros o leão morto, mas Euristeus ficou tão amedrontado à vista daqueles despojos, e da prova da força prodigiosa do héroi, que lhe ordenou que, dali em diante, prestasse conta de suas façanhas fora da cidade.

O trabalho seguinte foi a matança da hidra de Lerna. Esse monstro devastava a região de Argos e habitava um pântano perto do povo de Amione. Esse poço fora descoberto por Amione, quando a seca devastava a região e Netuno, que a amava, deixara-a tocar na rocha com seu tridente e três nascentes surgiram dali. A hidra escolheu para moradia aquele local e Hércules foi mandado matá-la. O monstro tinha nove cabeças, sendo a do meio imortal. Hércules esmagava essas cabeças com sua clava, mas, em lugar da cabeça destruída, nasciam duas outras de cada vez. Afinal, com a ajuda de seu fiel servo Iolaus, o semideus queimou as cabeças da hidra e enterrou a nona, a imortal, sob um enorme rochedo.

Outro trabalho de Hércules foi a limpeza das cavalariças de Áugias, rei da Élida, que possuía um rebanho de três mil bois, havendo trinta anos que não eram limpos os estábulos. Hércules desviou os cursos dos rios Alfeu e Peneu, para atravessá-los, fazendo a limpeza em um dia. O trabalho seguinte foi de natureza mais delicada. Admeta filha de Euristeus, desejava ardentemente possuir um cinto da rainha das Amazonas, e Euristeus ordenou a Hércules que o fosse buscar. As amazonas constituíam uma nação de mulheres muito belicosas, que possuíam diversas cidades fluorescentes. Tinham o costume de criar apenas as crianças do sexo feminino; os meninos eram mandados para os países vizinhos, ou mortos. Hércules partiu acompanhado por um certo número de voluntários e, depois de várias aventuras, chegou ao país das Amazonas. Hipólita, a rainha, acolheu-o benevolentemente e concordou em entregar-lhe o cinto, mas Juno, tomando a forma de uma amazona, convenceu as demais que os estrangeiros estavam raptando sua rainha. Elas armaram-se imediatamente e atacaram o navio. Hércules, julgando que Hipólita tivesse agido traiçoeiramente, matou-a e, levando o cinto, fez a viagem de volta. Outra tarefa que Hércules foi incumbido foi a de levar a Euristeus os bois de Gerião, monstro de três corpos que vivia na Ilha de Eritéia (a vermelha), assim chamada porque ficava situada a oeste, sob os raios do sol poente. Acredita-se que se tratava da Espanha. Gerião era o rei do país. Depois de atravessar vários países, Hércules chegou, afinal a fronteira da Líbia e Europa, onde ergueu as duas montanhas de Calpe e Ábila, como lembrança de sua passagem, ou, de acordo como outra versão, abriu uma montanha pelo meio, formando entre elas o Estreito de Gilbratar. As duas montanhas foram denominadas Colunas de Hércules. Os bois estavam guardados pelo gigante Eurítion e seu cão de duas cabeças, mas Hércules matou o gigante e o cão, e levou bois para Euristeus.

O trabalho mais difícil foi o de colher os pomos de ouro das Hespérides, pois Hércules não sabia onde encontrá-los. Eram as maças que Juno recebera, por ocasião de seu casamento, das deusas da terra e que confiara à guarda das filhas de Héspero, ajudadas por um vigilante dragão. Depois de várias aventuras, Hércules chegou aos Montes Atlas, na África. Atlas era um dos titãs que fizeram guerra aos deuses e, depois da derrota, fora condenado a sustentar nos ombros o peso do céu. Era o pai das Hespérides, e Hércules pensou que se alguém estava em condições de encontrar as maçãs, seria ele. Como poderia, porém, afastá-lo de seu posto ou sustentar o peso do céu, durante sua ausência?
Hércules sustentou o firmamento nos próprios ombros e mandou Atlas procurar as maças. O titã voltou com os frutos de ouro e, embora com alguma relutância, reassumiu seu posto e deixou Hércules voltar para fazer a entrega do pomos de ouro à Euristeus.
   Milton, no "Comus", refere-se às Hespérides como filhas de Héspero e sobrinha de Atlas:
    ...em meios dos jardins formosos
    De Héspero e suas três formosas filhas
    Que cantam junto à árvore de ouro.

Os poetas, levados pela analogia do lindo aspecto do céu no oeste, ao sol poente, no crepúsculo, imaginavam o Ocidente como uma região de brilho e limpeza, ali colocando as Ilhas Afortunadas, a vermelha Ilha Eritéia, na qual pastavam os bois de Gerião, e a Ilha das Hespérides. Supõe-se que as maçãs douradas eram as laranjas da Espanha, sobre quais os gregos teriam informações incompletas. Uma celebrada façanha de Hércules foi sua vitória sobre Anteu, filho da Terra, poderoso gigante e lutador cuja força era invencível, enquanto estivesse em contato com a Terra, sua mãe. Anteu obrigava todos os estrangeiros que apareciam em seu país a lutar com ele, com a condição de que, se fossem vencidos (como sempre eram), seriam mortos. Hércules enfrentou-o e, verificando que não adiantava lançá-lo ao solo, pois ele sempre se levantava com redobrado vigor, depois de cada queda, ergue-o no ar e estrangulou-o. Caco era um enorme gigante, que habitava uma caverna do Monte Aventino e devastava a região vizinha. Quando Hércules levava de volta os bois de Gerião, Caco furtou uma parte do gado, enquanto o herói dormia. A fim de que as pegadas dos animais não pudessem revelar para onde eles haviam sido levados, Caco os arrastou pela cauda para sua caverna, de sorte que as pegadas davam a impressão de que os bois haviam seguido na direção oposta. Hércules teria sido iludido por esse estratagema, se não tivesse passado, com o resto do rebanho, diante da caverna onde os animais furtado estavam escondidos. Os bois puseram-se a mugir e foram descobertos. Caco foi morto por Hércules.

A última façanha de Hércules que mencionaremo foi a de ter trazido Cérbero do mundo dos mortos para a terra, Hércules desceu ao Hades, acompanhado de Mercúrio e Minerva, e obteve a licença de Plutão para levar Cérbero ao mundo superior, contanto que conseguisse fazê-lo sem se valer de armas. A despeito da resistência do monstro, Hércules agarrou-o, subjulgou-o e levou-o até Euristeus, conduzindo-o de volta em seguida. No Hades, obteve a libertação de Teseu, seu admirador e imitador, que fora aprisionado durante uma tentativa malsucedida de raptar Prosérpina. Num ímpeto de loucura, Hércules matou seu amigo Ifitus e foi condenado, por esse delito, a tornar-se escravo da Rainha Onfale, durante três anos. Durante esse tempo, a natureza do herói modificou-se. Ele tornou-se efeminado, usando, às vezes, vestes femininas e tecendo lã com as servas de Onfale, enquanto a rainha usava sua pele de leão. Terminada a pena, Hércules desposou Dejanira, com a qual viveu em paz durante três anos. Numa certa ocasião em que viajava em companhia da esposa, os dois chegaram a um rio, através do qual o centauro Néssus de transportar Dejanira. O centauro tentou fugir com ela, mas Hércules, ouvindo seus gritos, lançou uma seta no coração de Néssus. Moribundo, o centauro disse a Dejanira para recolher uma porção de seu sangue e guardá-la, pois serviria de feitiço para conservar o amor do marido. Dejanira assim o fez, e não passou muito tempo antes de ter idéia de se utilizar e antes que se passasse muito tempo chegou uma ocasião de se utilizar e antes que passasse muito tempo chegou a ocasião de se utilizar do recurso. Em uma de suas expedições vitoriosas, Hércules aprisionara uma linda donzela, chamada Iole, por quem parecia estar muito mais interessado do que Dejanira achava razoável. Quando ia oferecer sacrifícios aos deuses, em honra de sua vitória, Hércules mandou pedir à esposa uma túnica branca, para usar na cerimônia. Dejanira, achando a ocasião oportuna para experimentar o feitiço, embebeu a túnica no sangue de Néssus. Naturalmente, teve o cuidado de eliminar os sinais de sangue, mas o poder mágico permaneceu e, logo que a túnica se aqueceu ao contato de Hércules, o veneno penetrou em seu corpo, provocando-lhe terríveis dores. Frenético, Hércules agarrou Licas, que levara a túnica fatal, e atirou-o ao mar. Ao mesmo tempo, procurava arrancar do corpo a túnica envenenada, mas esta saía com pedaços de sua carne, em que se colara. Nesse estado, ele foi levado para casa num barco. Ao ver o que fizera involuntariamente, Dejanira enforcou-se. Preparando-se para morrer, Hércules subiu ao Monte Eta, onde construiu uma pira funerária de árvores, deu o arco e as setas a Filoctetes e deitou-se na pira, apoiando a cabeça na clava e cobrindo-se com a pele do leão. Com a fisionomia tão serena, como se estivesse à mesa de um festim, mandou que Filoctetes aplicasse a tocha à pira. As chamas espalharam-se e, em pouco, envolveram tudo.


      Milton assim alude ao desespero de Hércules:
      Foi assim, quando Alcides vitorioso,
      Da venenosa túnica, no corpo,
      Os efeitos sentido, desvairado,
      Os pinheiros tessálios arrancou
      Pelas raízes e, do cume do Etna,
      Licas tirou para lançá-la ao mar.


Os próprios deuses sentiram-se perturbados ao verem o fim do herói terrestre, mas Júpiter, com fisionomia jovial, assim dirigiu a eles:
      - Sinto-me satisfeito ao ver vossas fisionomias, meus príncipes, e feliz ao perceber que sou rei de súditos leais e que me filho goza de vossa simpatia. Se bem que vosso interesse por ele provenha de seus nobres feitos, isto não é menos grato para mim, Posso vos dizer, porém, que não há motivos para temor. Aquele que venceu tudo mais não será vencido por aquelas chamas que vedes crepitar no Monte Eta. Apenas pode perecer sua parte materna; o que ele recebeu de mim é imortal. Eu o trarei morto para a terra, até as praias celestes, e peço-vos que os recebais com benevolência. Se algum de vós se sente ofendido pelo fato de ele haver conquistado essa honra, ninguém poderá, porém, negar que ele a merece.

Os deuses deram o seu consentimento, Juno ouviu com certa contrariedade as últimas palavras, que lhe eram dirigidas em particular, mas não bastante para lamentar a resolução do marido. Assim, quando as chamas consumiram a parte materna de Hércules, a parte divina, em vez de ser afetada, percebeu maior vigor, assumir um porte mais altivo e maior dignidade, Júpiter envolveu-o numa nuvem e levou-o num carri puxado por quatro cavalos para morar entre as estrelas. E, quando Hércules tomou seu lugar no céu, Atlas sentiu aumentar o peso do firmamento.
 Juno, reconciliada com ele, deu-lhe sua filha Hebe em casamento.



Referência: O livro de ouro da mitologia - Histórias de deuses e heróis / Autor: Thomas Bulfinch